quarta-feira, 6 de julho de 2011

Segunda Revolução Industrial

A segunda revolução industrial atingiu diferentes países do globo e inaugurou a era dos monopólios e do capitalismo financeiro.
§  A expansão da revolução industrial
Se, na era do carvão e do ferro, a produção mecanizada atingiu principalmente a Inglaterra, a industrialização da segunda metade do século 19 estendeu-se por diversos países da Europa ocidental e oriental, e, fora da Europa, alcançou o Japão e os estados unidos.
A primeira revolução industrial, na segunda metade do século 18, aprofundou a divisão social do trabalho ou parcelamento das tarefas (cada trabalhador fazia uma mesma e repetida operação). Com a segunda revolução industrial, além de recorrer ao parcelamento de tarefas, criava-se uma nova divisão: entre países ricos e industrializados e países consumidores desses produtos e fornecedores de fontes de energia e de matéria-prima.
§  A industrialização na Alemanha
Na Europa, a Alemanha foi o centro dos avanços industriais iniciados por volta de 1860. Ao iniciar o século 20, a economia alemã era a mais moderna e dinâmica de toda a Europa, colocando-se á frente de todos os países na produção de aço, de produtos químicos e de equipamentos elétricos e científicos.
O desenvolvimento da economia alemã pode ser explicado principalmente pelas iniciativas do governo, que liberou recursos para a instalação de empresas e adotou medidas de proteção á indústria e a agricultura nacional. Por meio de tarifas alfandegárias cobradas sobre as importações, os agricultores e os industriais eram protegidos da concorrência externa, podendo aumentar suas vendas e obter capitais para investir na mecanização do campo ou no aperfeiçoamento da produção industrial.
Outro fator importante para a modernização da econômica alemã foi à importância dada nas escolas ao ensino das ciências aplicadas á produção industrial. Graças ao papel da escola, as indústrias podiam dispor de uma grande oferta de técnicos, empregados com salários baixos.
§  A expansão industrial da Rússia e do Japão
Na Rússia czarista, o desenvolvimento industrial também foi estimulado pelo governo, que realizou empréstimos no exterior para a construção de estradas de ferro e para a instalação de empresas (muitas vezes estrangeiras) de diferentes ramos, com destaque para o setor têxtil e de extração de carvão e minério de ferro.
No Japão, a industrialização iniciou-se na segunda metade de século 19, também promovida pela iniciativa estatal. Os capitais estrangeiros, contratados pelo governo para financiar o desenvolvimento industrial, foram transferidos para as mãos de grandes grupos econômicos, os zaibatsu, controlados por algumas poucas famílias.
Assim, por volta de 1910, o Japão já tinha mais de 10 mil quilômetros de estradas de ferro construídas, grandes bancos, poderosas companhias de navegação e mineração, e sua produção têxtil era uma das maiores do mundo.
O Japão da era Meiji
Antes de 1860, o Japão vivia uma situação semelhante á da Europa medieval. Havia um imperador, mas quem de fato detinha o poder eram os daimios, grandes senhores de terra. O país também tinha muito pouco contato com os países do Ocidente.
A situação japonesa mudou na década de 1860, com a Revolução de Meiji, que centralizou o poder na figura do imperador.
Iniciou-se uma das eras de grandes reformas, que transformaram o Japão numa grande potência.
O governo assinou tratados comerciais com os países do Ocidente, garantindo a entrada de produtos japoneses no mercado externo, realizou uma ampla reforma educacional destinada a erradicar o analfabetismo e promoveu a industrialização do país.

§  A industrialização nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o grande salto na industrialização ocorreu após a Guerra Civil (1861- 1865), também chamada de Guerra de Secessão. O norte industrializado venceu o sul agrário e escravista e impôs seu projeto modernizador. Leis protecionistas que amparavam a produção industrial e agrícola do país, a grande oferta de mão-de-obra barata, garantida pelas políticas de incentivo á imigração, a ocupação das terras do oeste e o incentivo do Estado á instalação de companhias de transportes e ás comunicações são os principais fatores que explicam a transformação dos Estados Unidos numa nação industrial e urbana poderosa.
Em 1900, a força da economia norte-americana despontava em vários setores. Os Estados Unidos já ocupavam o primeiro lugar na produção mundial de aço, produto fundamental na construção de ferrovias e na fabricação de máquinas agrícolas e industriais, e tinham também a maior malha ferroviária. Sua população urbana saltou de 15%, em 1850, para 40%, em 1900, ou seja, dos 75 milhões de habitantes, 30 milhões viviam nas cidades.
Como se pode ver, a economia industrial do período tornou-se bem mais pluralista do que na fase anterior, quando a Inglaterra se apresentava como a única nação totalmente industrializada do planeta.
§  A era do capitalismo financeiro
Até meados do século 19, muitas empresas começaram a funcionar sem grandes recursos e se expandiam á medida que seus donos reinvestiam na própria empresa parte dos obtidos com a comercialização dos produtos. Por essa razão, predominavam as pequenas empresas familiares. Como os recursos que alimentavam a produção eram obtidos pela dinâmica da própria indústria, essa fase é conhecida como a era do capitalismo industrial.
A partir de 1880, as novas atividades econômicas-empresas de exploração de petróleo, usinas elétricas e siderúrgicas- exigiam grandes investimentos, que não podiam ser obtidos apenas com recursos próprios. As instituições bancárias assumiram um papel central a partir desse período, financiando as produções industrial, agrícola e mineral em cada país e controlando, por meio da aquisição de ações, empresas de diferentes setores e atividades. Começavam a era do capitalismo financeiro.
§  Da concorrência ao monopólio
A Segunda Revolução Industrial inaugurou a era das empresas gigantes e poderosas. Essas empresas resultaram principalmente da formação de trustes, cartéis e holdings.
·        Truste. Associação de empresas de um mesmo ramo que se fundem com o objetivo de controlar os preços, a produção e o mercado. O truste da United States Steel, criado em 1901, por exemplo, tinha o monopólio de 63% da produção de aço dos Estados Unidos.
·        Cartel. Agrupamento de empresas independentes que estabelecem acordos com o propósito de dividir o mercado e combater os concorrentes. Um exemplo desse tipo de organização foi o cartel do carvão do Reno e da Westfária, de 1893, que controlava 90% da produção de carvão na Alemanha.
·        Holding. Empresa que controla uma serie de outras empresas, do mesmo ramo ou de setores diferentes, mediante a posse majoritária das ações dessas empresas.
As associações empresariais levaram a uma imensa concentração de capital nas mãos de grupos econômicos, os chamados oligopólios, em prejuízo das pequenas empresas e da livre concorrência.
Fonte: Livro de História da 8ª série.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Revolução Industrial

Revolução Industrial
Conjunto de transformações econômicas, sociais e tecnológicas, que teve inicio na Inglaterra, na segunda metade do século 18.
Marcada por intensa acumulação de capitais na Inglaterra e por profundas mudanças transformações nas formas de produção, na pratica a revolução significou o advento da indústria e da produção em serie.
1.     Surgem as fabricas
Com o aparecimento da corporação de oficio e o renascimento das cidades e do comercio na Europa ocidental. Mentalidade voltada para o enriquecimento e para a acumulação: a mentalidade empresarial capitalista.
As antigas corporações de oficio foram substituídas pela produção manufatureira, dividida por um comerciante que controla a produção de vários artesões. Estes trabalhavam por encomenda, com a matéria-prima e as ferramentas necessárias cedida pelo comerciante, e, como forma de pagamento, recebiam um salário.
Comerciantes percebem que podiam aumentar ainda mais a produção e os lucros.
E, em vez de espalhar ferramentas e matéria-prima entre o artesão contratado, passar a reuni-los num mesmo local para trabalhar: assim surgiu as fabricas ou o sistema fabril (alguns comerciantes).
A fabricação de cada mercadoria passou ser dividida em varias etapas, num processo conhecido como produção em serie.
Concentrado em uma única atividade, o trabalhador especializava-se e aumentava a produção.
Foram as fabricas as principais responsáveis pelo desenvolvimento das grandes cidades.
A transformação mais importante no modo de produção, porém, foi causado pelo emprego de maquinas movido a vapor nas unidades fabris, o que selou a passagem da produção artesanal do domiciliar.
Na época das corporações de oficio, ele era dono de usas ferramentas e centro de seu ritmo de trabalho. Por isso, podia cobrar pelo que produzia o preço que quisesse.
2.     A Inglaterra sai na frente
Durante o século 18, a população da Inglaterra cresceu muito, tornado maior a oferta de mão-de-obra e o mercado consumidos.
Em segundo lugar, para o pioneirismo inglês foi importante a acumulação de capital. Entende-se por capital todos os recursos utilizados como o objetivo de se obter lucro (dinheiro e equipamentos, por exemplo).
3.     A pleno vapor
Na Inglaterra, a produção de tecidos, por uma de razões, foi um dos primeiros setores desenvolverem o sistema fabril, com forte mecanização.
4.     Significados da Revolução Industrial
Surgiu o proletariado, classe social formada pelos trabalhadores fabris e de transportes.
Devido aos baixos salários, mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar, recebendo renumerações ainda melhores que as dos homens. A Revolução Industrial causou graves conseqüências na vida dos trabalhadores, pois não havia regras ou limites para o exercício do trabalho.
Os donos das fabricas impunham salários miseráveis e longas jornadas chegaram a dezoito horas diárias.
Os trabalhadores reivindicavam melhores condições de trabalho e defendiam seus direitos.
Movimento Ludita:
Nome derivado de Ned Ludd, líder do movimento.
Os Ludistas invadiam as fabricas e distraíam a maquinaria, que não só tirava o trabalho dos artesãos como impunha aos operários desumanas condições de trabalho.
Fonte: Caderno da 8ª série.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Revolução Industrial

Revolução Industrial
Um motor a vapor de Watt, o motor a vapor, alimentado principalmente com carvão, impulsionou a Revolução Industrial no Reino Unido e no mundo.

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era da agricultura foi superada, a máquina foi superando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.
Contexto histórico


Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica européia; e 3) o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-obra.
O pioneirismo do Reino Unido
Coalbrookdale, cidade britânica, considerada um dos berços da Revolução Industrial.

O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
  • Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
  • O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.
  • A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
  • A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
  • A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
O liberalismo de Adam Smith

As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o individualismo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego.
Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. Mas, para lucrar, têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo para a sociedade.
Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria que as pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveria o progresso de forma harmoniosa.
Principais avanços tecnológicos

O PIB per capita mudou muito pouco durante a parte da história da humanidade anterior a Revolução Industrial. (As áreas vazias significam ausência de dados, e não de níveis muito baixos. Não há dados para os anos 1, 1000, 1500, 1600, 1700, 1820, 1900 e 2003)
Século XVII
Século XVIII
Século XIX
O motor a vapor
Um motor a vapor.

As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.
As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituiam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).
A classe trabalhadora
A produção manual que antecede à Revolução Industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:
  • O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.
    • É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.
  • A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica, resultou da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI (aspectos, porém, ainda discutíveis).
Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população conforme novas mercadorias foram sendo produzidas.
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início da Revolução Industrial, os operários viviam em condições horríveis se comparadas às condições dos trabalhadores do século seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortiço como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam até a 80 horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como sua produtividade aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).
Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis:
  • 1780 - em torno de 80 horas por semana
  • 1820 - 67 horas por semana
  • 1860 - 53 horas por semana
  • 2007 - 46 horas por semana
Segundo os socialistas, o salário, medido a partir do que é necessário para que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que não existe definição exata para qual seja o "nível mínimo de subsistência"), cresceu à medida que os trabalhadores pressionam os seus patrões para tal, ou seja, se o salário e as condições de vida melhoraram com o tempo, foi graças à organização e aos movimentos organizados pelos trabalhadores, que apesar de terem suas exigências atendidas, continuam a se organizar e protestar por ainda mais reduções da jornada de trabalho em todo o mundo.
Movimentos
Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam:
Movimento Ludista (1811-1812)
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".
Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.
Movimento Cartista (1837-1848)
Em seqüência veio o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho como:
Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.
As "trade-unions"
Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do século XIX, as trade unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, pois o século XIX foi um período muito fértil na produção de idéias antiliberais que serviram à luta da classe operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo objetivando o comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve.
Saúde e bem-estar econômico
Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI.A variação da altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico.
A industrialização na Europa: a partir de 1815
Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.
Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:
De 1830 a 1929 : A Expansão pelo mundo
Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial.
Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.
Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.
Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.
O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização.
A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.
As consequências da Revolução Industrial
A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário.
Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.
As doutrinas sociais e econômicas
Essas doutrinas coincidiam em alguns pontos fundamentais: eram contrárias ao liberalismo dos economistas do século XVIII e ao capitalismo, e favoráveis ao restabelecimento da "soberania" do trabalho. Vejamos algumas dessas doutrinas:
Socialismo utópico
O socialismo utópico concebia a organização de uma sociedade de caráter ideal. Contudo, esperava que a realização concreta dessa sociedade se desse através de concessões dos governantes ou dos capitalistas. Seus principais representantes foram Robert Owen (1771-1858, rico industrial inglês, Saint-Simon (1760-1825) e Charles Fourier (1772-1837), ambos franceses.
Socialismo científico
O socialismo científico tem por fundamento a interpretação econômica da História e pregava o triunfo final dos trabalhadores através da própria luta do proletariado. Seus representantes foram Karl Marx (1818-1883), advogado alemão de origem judaica, e Friedrich Engels (1820-1895), compatriota e colaborador de Marx. O socialismo científico pode também ser chamado de revolução social do marxismo.
Socialismo cristão
A Igreja, diante dos problemas sociais, sobretudo os da classe operária, preconizou reformas em bases cristãs. Combateu a violência e a revolução social do marxismo. Entre os principais documentos que contêm os princípios da doutrina social da Igreja está a Rerum Novarum, encíclica do papa Leão XIII, prumulgada em 1891. O quadrgésimo ano da Rerum Novarum foi comemorado com a publicação da encíclica Quadragesimo Anno (1931) do papa Pio XI. Do papa João XXIII temos: Pacem in Terris e Mater et Magistra. O papa Paulo VI é o autor de Populorum Progressio e Humanae Vitae, esta última sobre o controle da natalidade.
A industrialização no Brasil
O Brasil, como uma antiga colônia de uma nação europeia, faz parte de um grupo de países de industrialização tardia.
A industrialização em Portugal
Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e consolidam a burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX implanta-se a malha ferroviária no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a uma grande emigração, principalmente em direcção ao Brasil e aos Estados Unidos da América.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial